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OPINIÃO: Tempo de Quaresma


Todos os anos, somos brindados com um precioso tempo para reflexão, renovação e vivência dos mistérios de amor de Deus em nosso favor. Neste ano não será diferente. A partir do dia 6 de março, com o ritual de cinzas, somos convidados a viver esse período especial no qual deverá predominar os sentimentos de gratidão, de solidariedade, de simplicidade, de oração e de fraternidade.

Ouviremos as mais profundas e emocionantes declarações de gratidão, de amor e de misericórdia que Cristo dirige a cada um de nós e renovaremos a certeza de que Deus não esqueceu a aliança que contraiu conosco e que a renova nos mesmos termos, apesar de nossa pequenez.

Neste tempo, somos convidados a reviver o sentimento de solidariedade, lembrando o quanto Deus se solidariza com os sofredores, machucados e pecadores, oferecendo-nos novamente sua misericórdia.

Somos chamados também, de modo muito especial, a assumir uma atitude de simplicidade diante dos gestos de ternura e bondade de Cristo, que come com os pecadores, acolhe as crianças, chora diante da morte de um amigo, anda de barco, monta num jumento e se humilha a ponto de lavar os pés dos seus discípulos.

A Quaresma nos propõe ainda a entrarmos em estado de recolhimento e oração, pois é o próprio Jesus que nos dá o exemplo ao ir ao deserto e permanecer em oração durante 40 dias. Essa é uma rica oportunidade de experimentarmos a misericórdia e a ternura de Deus, mas, para isso, necessitamos criar o ambiente e as condições de humildade e simplicidade, renovar nossa condição de seres comunitários, vivendo a vida em comunidade.

Somos convidados a ir ao deserto para um encontro ainda mais profundo conosco e com Deus; convidados a subir à montanha, de forma comunitária e renovar a experiência da transfiguração, ver o Senhor face a face, depois, deparar-nos diante da sarça ardente e ouvir a voz de Deus, que afirma sua santidade sem deixar de acompanhar o Senhor em sua caminhada para o calvário e viver com Ele o mistério de seu amor pleno por nós. No entanto, não ficaremos no alto do calvário, a não ser se quisermos, para, na madrugada da Ressurreição, constatar e reconhecer o túmulo vazio e, sobretudo, ouvir a sua declaração: "não estou aqui, ressuscitei, aleluia".

É justamente por essa razão que a Igreja nos propõe a Campanha da Fraternidade e nos oferece inúmeras formas de viver e experimentar a alegria da convivência fraterna, porque Deus nos salvou comunitariamente.

Não podemos, porém, esquecer que o centro e a razão fundamental deste tempo é estar e aprender com Cristo, conhecê-lo mais profundamente e ouvi- -lo; experimentar o seu amor, uma vez que Ele é o personagem principal deste período.

Assim, como consequência de tudo o que Cristo nos oferece, somos convidados, neste tempo quaresmal, a responder ao seu amor, buscando uma vida melhor, mais humana, mais verdadeira e mais cristã.

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